28 de julho de 2011

CONSAGRADOS NO BATISMO E NA CRISMA

CONSAGRADOS NO BATISMO E NA CRISMA
Este mês de agosto é consagrado ao tema vocação que será desdobrado ao longo de cada fim de semana: padre, família, religioso e catequista. O que eles têm em comum?
Alguém poderá pensar que nada, alguma coisa ou algo.... Afinal o que tem haver a vocação de padre com o matrimônio, já que entre nós se estabelece o costume de ordenar homens celibatários, ou ainda com leigos que vivem na sociedade e não em claustros? Mas todos eles bebem da mesma fonte, o Evangelho.
Há uma vocação comum a todos que a recebemos no batismo e na crisma. A teologia fundamental do batismo é que com Cristo morremos e com ele ressuscitamos, ou seja, uma adesão que compromete todo o ser da pessoa até o seu mais intimo, algo que só é possível como um novo renascimento. Esta é vocação do discipulado. O cristão é alguém que segue Jesus Cristo e se compromete com os seus ensinamentos. Há outro momento importante neste itinerário cristão, um segundo passo que é a Crisma. Costumeiramente dizemos que é a confirmação do batismo, mas não é só isso. Recebemos o Espírito do Ressuscitado para que, com coragem e intrepidez, sermos suas testemunhas diante dos homens. Somos testemunhas do ressuscitados. Atestamos que Jesus Ressuscitou e nós somos suas testemunhas.
Há um comprometimento público de adesão a Cristo que nos compromete para anunciá-lo.
Portanto todos nós já somos consagrados, reservados para Deus, por nosso batismo e crisma. Somos propriedade dEle, aderimos e nos comprometemos com sua vontade a nosso respeito, como também com o mundo e com as pessoas.
As vocações específicas sacerdotes, diáconos, religiosos, matrimonial ou laical são desdobramentos deste primeiro chamado. Estas vocações vão se diferenciar por seu serviço à comunidade de fé e à sociedade, porém a dignidade fontal de todas é a mesma: pertencemos a Cristo e ao seu Evangelho, comprometemo-nos com o Reino de Deus.
O mais importante não é a variação específica, mas se ela está se nutrindo da sua fonte primordial que é ser cristão. Quando a fonte está suja ou contaminada toda água do rio fica também contaminada. Assim a nossa vocação específica, quando não se nutre desta fonte comum da vida nova em Cristo, corre o risco de se tornar mera aparência e superficialidade.
O Evangelho de João 15 vai trabalhar essa união com Cristo como uma fonte vital sob a imagem da videira. É a união com o troco da árvore que possibilita o fluxo da seiva que garante a vida e a produção de frutos. É a adesão a Cristo e ao seu Evangelho que garante os frutos saborosos para o Reino de Deus, que são produzidos na dimensão específica de cada vocação, pois, diz Jesus, “sem mim nada podeis fazer” Jo15, 5.

Pe. Francisco Leiva Neves Carvalho
Pároco de Orós